quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

As invasões árabes


Faz este ano de 2011, exactamente 13 séculos que o berbere Tariq Ibn Zeyad, mais conhecido por Tarique, atravessou à frente de um exército de 7000 homens o estreito que separa os dois continentes, desembarcando no rochedo que desde então tem o seu nome (Gibraltar: Djebel al Tarik = montanha de Tárique), dando início a 800 anos de domínio árabe na Península Ibérica, a que deram o nome de Al-Andaluz.
Mas isto só foi possível, devido às dissenções existentes no seio do império visigótico, também eles invasores e que após um domínio de três séculos na Península, já não conseguiam dominar as divisões internas que o minavam.
Com o andar dos tempos, os Visigodos tinham acabado por se integrar na população romana até formarem um povo de raiz românica, o povo hispânico, que falava línguas ou dialectos originários do latim. Mas, internamente, o Império Visigodo estava dividido. Os reis eram joguetes nas mãos dos aristocratas ávidos de poder e a fanática intolerância dos sacerdotes hispânicos tornava a vida impossível a quem não tinha a mesma fé. Os numerosos judeus e os camponeses oprimidos receberam os Árabes e os Mouros como libertadores, ajudando-os a apoderarem-se das povoações.
Quando os dois exércitos se defrontaram na batalha de Guadalete, os godos foram completamente desbaratados e o seu último rei, Rodrigo, parece ter morrido na batalha ou durante a fuga. Apenas um punhado de homens sobreviveu, procurando refúgio nas montanhas das Astúrias, onde fundaram um pequeno reino.
Em seguida, tornou-se relativamente fácil aos Árabes conquistarem o resto da Península, mas em 720, atraídos pelos tesouros das igrejas galo-romanas atravessaram os Pirinéus, assaltando o reino dos Francos, mas Carlos Martel, em 732, na batalha de Poitiers, acabou definitivamente com o seu avanço na Europa.
Os poucos godos que sobreviveram e se refugiaram nas Astúrias, comandados por Pelágio, deram início a uma série de ataques, a que hoje chamaríamos uma “guerra de guerrilhas”, e que, culminando na batalha de Covadonga, em 722, marcou o início do longo processo de retomada do território ocupado, ao qual se deu o nome de Reconquista, que atravessando toda a Idade Média, só terminou em 1492, com a conquista do reino de Granada, pelos Reis Católicos, Fernando e Isabel, o que levou à expulsão definitiva dos muçulmanos.
Mas quem foram estes visigodos e estes árabes, que constituem, afinal, como diz Herculano, as fontes da nossa civilização?
Temos o ano inteiro para o descobrir…

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