terça-feira, 1 de março de 2011

Botticelli – I

Possível auto-retrato

Um dos mais célebres pintores da segunda metade do século XV, durante o período do Renascimento italiano, foi Alessandro di Mariano Filipepi, mais conhecido por Sandro Botticelli. Nascido em Florença, a 1 de Março de 1444, onde passou praticamente toda a sua vida, aí faleceu em 1510. Apenas de 1481a 1482, chamado pelo Papa Sisto IV, se deslocou a Roma para uma curta estadia, onde pintou os frescos da Capela Sistina (A Missão de Moisés, O Castigo de Cora, Datan e Abiron e a Tentação de Cristo), o que mostra bem o valor da sua reputação na época.
O mais novo de cinco irmãos, começa a sua carreira aprendendo ourivesaria com um ourives cujo apelido, Botticelli, ele adopta para o seu nome artístico. Em 1461 entra como aprendiz para o atelier de Fra Filippo Lippi, onde permanece até 1467?, associando-se depois a Antonio Pollaiuolo e Verrochio. Em 1470 abre o seu próprio estúdio, onde pinta os primeiros quadros, geralmente Madonas, encomendadas por guildas e clientes privados, tornando-se ele próprio, em 1472, membro da St.Luke’s Guild, uma associação de caridade gerida por artistas, e dois anos depois, pinta o quadro de S. Sebastião, para a Igreja de Santa Maria Maior, em Florença.
A sua pintura, toda em linhas e luz, exprime sobretudo a natureza juvenil, o sonho e a melancolia. As suas personagens surpreendem pela elegância e pelo mistério que as parece envolver. Os rostos das suas Madonas exprimem todo o ideal da beleza feminina, e os seus nus são belíssimos, cobertos com véus transparentes e longas cabeleiras doiradas.
Trabalha para as grandes famílias florentinas, e, quando em 1476 faz o retrato de Giuliano de Médicis, e pinta a Adoração dos Reis Magos, é colocado sob o patronato e protecção desta família de banqueiros, autênticos mecenas das artes, participando nos círculos intelectuais e artísticos que rodeiam Lorenzo, o Magnífico, onde absorve toda a influência do neoplatonismo cristão presente nesses círculos. Esta filosofia, que exaltava o corpo humano como representando a harmonia do Mundo, aliando a cultura clássica greco-romana, ou seja, o Paganismo ao Cristianismo.
São deste período, as pinturas “pagãs” que executa para a decoração da villa Castello, fazendo renascer temas da mitologia greco-romana de que são exemplo “O Nascimento de Vénus” e “A Primavera”.
Depois da morte de Lorenzo de Médicis, Botticelli sofre uma crise espiritual, e torna-se discípulo do monge dominicano Girolamo Savonarola, queimando várias das suas obras na célebre “Fogueira das Vaidades” instituída por este monge, e a sua pintura sofre um retrocesso, torna-se mais sóbria, de uma intensa devoção religiosa, como nas pinturas medievais, de que são exemplo as Pietá, ou “O Milagre de S. Zenóbio”
Faz algumas ilustrações para a Divina Comédia de Dante, mas os seus últimos anos são ensombrados pela doença e dificuldades económicas Morre a 17 d3 Maio de 1510, na sua cidade natal, e a sua obra praticamente esquecida após a sua morte, só no século XIX volta a adquirir o êxito e a fama que merece.

Madona do Magnificat

Fontes: wikipedia.org
Europa do Renascimento – Col. Grandes Civilizações – Selecções do Reader’s Digest
Gerlings, Charlotte - 100 Great Artists, Eagle Editions

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