segunda-feira, 30 de maio de 2011

A. Feijó - Poema

O Amor e o Tempo

Pela montanha alcantilada,
Todos quatro em alegre companhia,
O Amor, o Tempo, a minha Amada
E eu subíamos um dia.

Da minha Amada no gentil semblante
Já se viam indícios de cansaço;
O Amor passava-nos adiante,
E o Tempo acelerava o passo.

- “Amor! Amor! Mais devagar!
Não corras assim, que tão ligeira
Não pode com certeza caminhar
A minha doce companheira!”

Súbito, o Amor e o Tempo, combinados
Abrem as asas trémulas ao vento…
- “Porque voais assim tão apressados?
Onde vos dirigis?” – Nesse momento,

Volta-se o Amor e diz com azedume:
- “Tende paciência, amigos meus!
Eu sempre tive este costume
De fugir com o Tempo…Adeus! Adeus!”.

António Feijó – Ilha dos Amores

Sem comentários:

Enviar um comentário