segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Genserico, Rei dos Vândalos – II

Com o assassinato de Valentiniano III, Genserico deu por terminado o seu acordo com Roma, e em 455 lança um ataque à capital do Império. O Papa Leão I sai ao seu encontro, e tal como tinha feito três anos antes com o rei dos Hunos, Átila, pede-lhe que poupe a cidade. Mas o rei vândalo concorda apenas em respeitar vidas, igrejas e edifícios e durante duas semanas as hordas vândalas lançam-se sobre a cidade, arrebanhando tudo o que tivesse algum valor.
Quando regressa a Cartago, leva consigo como reféns a imperatriz viúva Licina Eudoxia e as suas duas filhas, Placídia e Eudoxia, assim como ouro, obras de arte, artesãos, armamento e os tesouros do Templo de Jerusalém trazidos pelo Imperador Tito em 77 d.C., quando destruiu a cidade, deixando atrás de si uma Roma profundamente humilhada.
O valor do saque foi tal, que, tanto romanos como bizantinos lançaram vários ataques contra Genserico, para o reaverem, mas sem sucesso. No último deles, em 468, o velho rei derrotou a frota conjunta de Roma e Bizâncio, junto ao Cabo Born, a norte da Tunísia, incendiando as mais de mil naves que a compunham. Em 474, os Bizantinos assinaram uma paz perpétua, reconhecendo a soberania vândala sobre todas as províncias por eles conquistadas.
Internamente, Genserico estabeleceu a monarquia hereditária ao designar seu filho Hunerico, como seu sucessor, contrariando o antigo costume da livre eleição do chefe pela nobreza vândala. Isto deu origem a uma revolta que o rei reprimiu com toda a violência e sem qualquer piedade, aproveitando para debilitar a nobreza tradicional substituindo-a por outra mais leal à sua família.
Com as mulheres da família imperial em seu poder, Genserico obrigou o seu herdeiro a repudiar a princesa visigoda com quem estava casado, acusando-a de traição, e enviando-a de volta à família seriamente ferida e mutilada, com as orelhas e o nariz cortados, casando-o depois com Eudóxia, uma das princesas romanas.
Incentivou a segregação racial proibindo os casamentos mistos, com excepção dos da família real por motivos políticos e permitiu o porte de armas apenas ao seu povo. Ariano convicto como todos os vândalos, perseguiu duramente o catolicismo, confiscando os bens da Igreja Católica, deportando bispos e sacerdotes, e impondo pesados impostos às famílias de origem romana e ao clero, o que lhe valeu a oposição de toda a Igreja africana.
Morreu a 25 de Janeiro de 477, vencido pela idade, ao fim de 50 anos de reinado, senhor incontestado do Mediterrâneo ocidental.

Fontes: www.wikipedia.org
Grinberg, Carl – História Universal
Revista Historia Y Vida

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