quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Plumas e Penas

Se para o sexo feminino, as plumas e as penas foram sempre consideradas como um simples adorno pessoal, os homens, pelo contrário, viram-nas como um símbolo de poder e autoridade.
Uma pintura egípcia no túmulo do faraó Seti I, mostra um antigo guerreiro europeu vencido, usando uma capa de peles, os braços e as pernas tatuados, e duas penas presas ao cabelo. O próprio faraó usa duas grandes plumas de avestruz encimando o toucado.
Nas ilhas Hawai, os chefes usavam mantos de penas e capacetes de forma grega, revestidos também de penas de várias aves, mas apenas o rei podia usar o manto de penas vermelhas do pássaro ivy. Eram considerados símbolos de dignidade, espiritualidade e poder dos chefes tribais.
Na Índia o penacho de penas de pavão foi desde sempre, emblema de soberania.
Os indios americanos ficaram famosos pelos seus toucados de penas de águias e de corvos, com que também enfeitavam as suas lanças cerimoniais.
Para a maioria das culturas mesoamericanas, as aves e em especial o quetzal, eram seres sagrados por terem a capacidade de voar e associavam-nos aos deuses do vento como Quetzalcoatl (A Serpente Emplumada).
Ficaram famosos os toucados maias e aztecas, feitos das penas dessa ave e adornados com jade e obsidiana. O do imperador Moctezuma encontra-se no Museu Etnologico de Viena, onde foi entregue durante a Segunda Guerra Mundial.
Entre os indios caribe da Colombia era costume usar tantas penas nos seus atavíos, quantos os inimigos eliminados em combate.
Na Europa, o penacho, cuja invenção Plínio atribui aos cários, foi distintivo dos centuriões e tribunos militares romanos, simbolizando a justiça. Na Idade Média com o advento da cavalaria, os cavaleiros adornavam os seus elmos com plumas.
O Príncipe de Gales, filho de Eduardo III de Inglaterra, e que ficou na História conhecido como o Príncipe Negro, por ser essa a cor da sua armadura, foi o primeiro que ostentou o elmo adornado com penas de avestruz. Quando veio a Espanha em auxílio do rei D. Pedro I, de Castela, os cavaleiros espanhóis adoptaram essa moda, estendendo-a também aos seus cavalos, conforme se pode apreciar nas pinturas da época, em que cavalo e cavaleiro aparecem adornados com plumas de avestruzes tingidas de várias cores.
Em França, no reinado de Carlos VII, o Vitorioso, os penachos chegaram a atingir metro e meio de altura; o que Henrique II trazia, ao entrar em Paris, espantou os seus contemporâneos, e Henrique IV, antes da batalha de Ivry, disse às suas tropas: “Se perderdes os vossos estandartes, segui o meu penacho branco; vê-lo-eis sempre no caminho da honra e da vitória”.
Após a extinção da antiga cavalaria, as penas e plumas passaram a adornar os chapéus com que os nobres cobriam as cabeças. Quem não se lembra dos chapéus emplumados dos mosqueteiros franceses?
Com a Revolução Francesa, ressurgiram não só nos capacetes e barretinas militares, como nos diversos chapéus dos funcionários civis, que desapareciam sob o enfeite das plumas tricolores.
Com o aparecimento da 1ª Guerra Mundial, caíram em desuso, mas continuam a aparecer simbolicamente nos capacetes de alguns regimentos de cavalaria, como, por exemplo, no regimento da Guarda Nacional Republicana portuguesa.

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