sábado, 22 de setembro de 2012

O Equinócio do Outono

A palavra equinócio vem do latim, aequus (igual) e nox (noite), e significa "noites iguais", ocasiões em que o dia e a noite duram o mesmo tempo. Ao medir a duração do dia, considera-se que o nascer do Sol (alvorada ou dilúculo) é o instante em que metade do círculo solar está acima do horizonte, e o pôr do Sol (crepúsculo ou ocaso) o instante em que o círculo solar está metade abaixo do horizonte. Com esta definição, o dia e a noite durante os equinócios têm igualmente 12 horas de duração.

Os equinócios ocorrem nos meses de março e setembro quando definem mudanças de estação.

Nas culturas pré-cristãs, o culto associado ao Equinócio de Outono era baptizado com o nome da divindade celta "Mabon" e corporizava uma das épocas de festa na roda do tempo. O nome Mabon veio de um dos deuses Celtas (também conhecido como Angus), o Deus do Amor.

A poesia celta, em especial a dos tempos mais antigos, celebrava principalmente a Natureza, e no poema irlandês do sec. XI, intitulado “As Quatro Estações”, o Outono é assim descrito:

 - Era uma vez um senhor chamado Athairne, que no Outono andava de jornada e chegou a casa do seu irmão de leite Amhairghen. Aí passou a noite e na manhã do dia seguinte aprestou-se para partir. Mas Amhairghen para o deter, disse-lhe:

 

O Outono é uma boa estação para gozar o sossego e a paz.

Para todos há trabalho que baste e os dias ainda contam muitas horas de sol.

Os gamos malhados, nascidos da corça, acham abrigo nas moitas vermelhas dos fetos do bosque.

Ao soarem os guizos do rebanho de corças, os veados machos correm dos outeiros.

Nos bosques espessos é grande a fartura de doces bolotas.

Por toda a lonjura da terra castanha se alongam searas de aveia e cevada.

No pátio em ruínas crescem as ervas e moitas espinhosas de bagas silvestres.

E pelo chão se espalha fruta de sumo, madura e pesada.

Grandes avelãs, de bom sabor, pendem aos cachos de aveleiras velhas e bem alinhadas.

 

Autor desconhecido

 

Fontes:


astral.sapo.pt

Morais, José Domingos – “A Perfeita Harmonia” Poemas Celtas da Natureza.

 

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