quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Ausência


 Olá a todos,

 Em primeiro lugar, as minhas desculpas aos meus leitores, particularmente aos meus seguidores (a quem agradeço a constância), por uma tão grande ausência do blog, mas vários factores de ordem pessoal para isso contribuíram, sendo um deles o grande incêndio que deflagrou no Nordeste Transmontano, atrasando ainda mais o meu encontro com o meu velhinho PC, que ficou em casa à minha espera…
Nessa região, cuja paisagem agreste e dura dominada por fragas e penedos enormes, pelas vertiginosas arribas do Douro onde ainda se podem admirar as grandes aves de rapina em plena liberdade e pelas manchas sucessivas de castanheiros (a minha árvore preferida) sempre me encantou, nessa região, dizia eu, tenho familiares e amigos que, alguns deles, chegaram a ter a vida em risco, além da perda de terras e gado.
Percorrendo algumas regiões afectadas, onde cheguei a ter de aguardar algum tempo para que o fogo que grassava junto à estrada e que tinha passado para o outro lado, fosse apagado para podermos continuar a nossa viagem, não consigo compreender como foi possível que o incêndio atingisse tais proporções, com tantos meios à disposição para o seu controle…  
Considerado o maior incêndio do ano em Portugal até agora, com cerca de 14.500 hectares de terra queimada, faz dó olhar para tanto monte outrora tão verdejante e onde hoje apenas vemos terra negra e árvores carbonizadas, que embora mortas, se mantém orgulhosamente de pé!
Transmontana por adopção, lembro-me de um pequeno poema de Miguel Torga, esse sim, um transmontano de gema:
 ECO
 Ah, terra transmontana
Que não tens um cantor à tua altura!
Um Marão inspirado,
Um Douro inquieto,
Um plaino aberto
De carne e osso
Capaz de recriar noutra verdade
Esta grandeza austera,
Onde as pedras parecem ter vontade,
E nenhuma vontade desespera.
                                        In “Antologia Poética”

   

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